Mais uma vez no sertão.
Só que, dessa vez, com uma idéia nova: Dar uma volta pelo Vale do Catimbau, nas cercanias de Buíque, no sertão pernambucano.
É uma vontade de criança, desde quando viajávamos de carro por aquelas bandas e víamos aquelas serras ao longe na BR 232, e imaginado suas formas se transformando em gigantes deitados, carros, tronos, castelos, e outras figuras mais que se nos descortinavam com aqueles perfis no horizonte.
Pois bem, fomos de Recife a Itapetim, buscar nosso mais novo motociclista (e mais antigo também) e de lá, partimos, via monteiro até Buíque e Vila de Catimbau. Surpresa por conta de uns 20km da estrada de areia (literalmente “areia”) que deu muito trabalho principalmente à Daniel (a Harley não se dá muito bem com trilha) e a Deoclécio (aqui mais pela falta de costume com a moto recém comprada, ainda que do alto de seus 75 anos de idade e outros tantos de motociclismo) que resultaram na compra de dois lotes de terra lá por aquelas bandas. Menos mau que sem maiores conseqüências, pela baixa velocidade que estávamos.
Chegando à Vila de Catimbau, procuramos por alguns guias locais, que nos explicaram que dentro da reserva natural, havia várias trilhas pré definidas, que um guia teria que ir junto com a gente, que não podia acampar dentro da reserva, etc... frustrou! Não era isso que queríamos e pelo que tínhamos viajado algumas centenas de quilômetros.
Bem... mas como diria uma ministra qualquer por aí, relaxa e goza. Fomos conhecer o hotel-camping do índio Jurandir e, chegando lá, surpresa (boa): era uma área fechada com piscina e cavernas onde podíamos deixar as motos com segurança e nos lançar na subida de um platô natural e acampar em cima da serra. Nos deu um alento de aventura.
Tomamos um rápido banho na piscina natural para tirar a poeira (areia) da viagem e, sob o sol de final de tarde, subimos a encosta do platô. Cansa!
Mas todo o cansaço é recompensado pelo visual privilegiado do vale visto lá de cima. Providencias inciais, decidir onde ficariam as barracas, providenciar lenha pra um fogueirinha (aqui ainda pode, pois não é dentro da área de reserva oficial), abrir a Pitu Gold e se preparar para assistir a um fantástico por-do-sol com trilha sonora de um Pink Floyd no celular.
Não são necessárias palavras.
Noite com muito vento, mas de bom sono. Imaginávamos que seria mais fria, mas foi agradável. Na manhã seguinte uma voltinha exploratória pelas redondezas do acampamento, depois de um rápido café, preparar a descida da serra.
De lá, novamente a estradinha de areia (dessa vez ninguém caiu) e uma agradável retorno pra casa.
Saldo do passeio: 1000 Km rejuvenecidos e uma vontade de criança satisfeita (com direito a adesivozinho comemorativo e tudo o mais).
Allycats.